Privatizando a vida pública (Anderson Valim)

Os meios de comunicação estão diretamente ligados à educação, é através deles, principalmente da televisão, que são transmitidos muitos conceitos intrínsecos (Íntimos, inerentes) no ser humano. Atualmente vemos a exposição da intimidade, do corpo, da sexualidade e também o desejo pela visibilidade pública à qualquer preço. Novelas, jornais e debates televisivos exploram a vida íntima das pessoas, assim, fazendo uma analogia (comparação) política, estão “politizando (tornando público) a vida privada e privatizando a vida pública”. Este é o estudo de pensadores como Hannah Arendt, Jurandir Freire Costa e Sergio Adorno. Andy Warhol já previa que todos nós teríamos 15 minutos de fama. O que era íntimo passou a estar em constante exposição, mas não apenas em 15 minutos, o tempo de exposição da privacidade pode durar dias, meses, anos! Buscamos na vida do outro, no não-eu, o que perdemos em nós, possuímos a capacidade de afetar a subjetividade alheia (Paula Sibilia – Livro Show do Eu) e de expor nossos sentimentos, que não estão mais em diários. Falamos, falamos, falamos exaustivamente de nós mesmos, estamos nos desfazendo de nossas intimidades. A mídia, por sua vez, sonha por nós, é a nossa imaginação, nos dá carros, mulheres, roupas, aparelhos eletrônicos - é uma constante substituição - para desejarmos, incontrolavelmente, esses sonhos fabricados em realidade.

(Desenvolvido a partir da leitura do livro O Show do Eu de Paula Sibilia http://www.oshowdoeu.com.br/)

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